22 setembro 2008

PRO INFERNO

Pro inferno
minhas orações

Pro inferno
meus desejos

Pro inferno
minhas alegrias

Pro inferno
minha alma

Pro inferno
meus braços cansados
no mar de mentiras

Pro inferno
meus pés calejados
nos cemitérios do mundo.

Santo Rei

Jean-Nicolas Arthur Rimbaud


Jean-Nicolas Arthur Rimbaud nasceu a 20 de outubro de 1854 em Charleville França e entre os quinze e dezenove anos (quando abandonou a literatura) escreveu uma obra fascinante e revolucionaria, que flertou com todos os abismos possíveis e imagináveis. Precursor do modernismo, surrealismo e influenciador de multidões de escritores posteriores, é hoje o poeta francês mais lido em todo o mundo. Fonte de inspiração de beatniks e existencialistas, Rimbaud representa até hoje um dos grandes enigmas da poesia moderna. Como se sabe, esse criador genial escreveu toda a obra que o coloca como um dos grandes da poesia mundial entre os 15 e os 20 anos. Após esta juventude regada a absinto, loucuras variadas, um escandaloso e rumoroso caso com o laureado poeta Verlaine e de freqüentar a nata da intelectualidade Parisiense, resolve abandonar tudo e se isola na África, onde se transforma em traficante de armas e passa a viver de expedientes diversos. Em 10 de novembro de 1891 morre em Marselha em decorrência de um câncer, inteiramente desligado do cenário poético do seu tempo.

29 maio 2008

Ela Foi Encontrada...

Ela foi encontrada!
Quem? A eternidade.
É o mar misturado
Ao sol.


Minha alma imortal,
Cumpre a tua jura
Seja o sol estival
Ou a noite pura.


Pois tu me liberas
Das humanas quimeras,
Dos anseios vãos!
Tu voas então...


— Jamais a esperança.
Sem movimento.
Ciência e paciência,
O suplício é lento.


Que venha a manhã,
Com brasas de satã,
O dever
É vosso ardor.


Ela foi encontrada!
Quem? A eternidade.
É o mar misturado
Ao sol.

GERAÇÃO BEAT

Geração Beat (Beat generation em inglês) é um termo usado tanto para descrever um grupo de escritores americanos,que vieram a se tornar conhecidos no final da década de 1950 e no começo da década de 1960, quanto ao fenômeno cultural que eles escreveram e inspiraram (posteriormente chamados beatniks, nome este que até hoje não se sabe de onde é sua origem, é considerado por muitos de ser um termo pejorativo).
As principais obras da geração Beat na literatura são
Howl (1956) de Allen Ginsberg, Naked Lunch (1959) de William S. Burroughs e On the road (1957) de Jack Kerouac.[1] Tanto Howl quanto Naked lunch foram o foco da prova de obcenidade que ajudaram a liberar o que poderia ser publicado nos Estados Unidos.
On the road transformou o amigo de Kerouac,
Neal Cassady, em um herói dos jovens. Os membros da Geração Beat rapidamente desenvolveram uma reputação como os novos boêmios hedonistas que celebravam a não-conformidade e a criatividade espontânea. O adjetivo beat, do inglês, tinha as conotações de "cansado" ou "baixo e fora", mas quando usado por Kerouac esse também incluía as paradoxais conotações de "upbeat", "beatific", e a associação musical de ser "na batida".
Os escritores Beat davam enfâse em um engajamento visceral em experiências com as palavras combinadas com a busca a um entendimento espiritual mais profundo (ex.: muitos deles desenvolveram interesse no
Budismo). Ecos da Geração Beat podem ser vistas em muitas outras subculturas ex."hippies","punks",etc.).

TEORIA DOS SENTIMENTOS MORAIS

«A disposição para venerar pessoas ricas e poderosas e para desprezar ou negligenciar pessoas pobres e de humilde condição é a maior e mais universal corrupção dos sentimentos morais» Adam Smith

UIVO (Allen Ginsberg)

VI OS MAIS INTELIGENTES DA MINHA GERAÇÃO
DESTRUIDOS PELA LOUCURA, ESFOMEADOS HISTÉRICOS NUS (...)

28 maio 2008


Allen Ginsberg foi uma criança complicada e tímida, dominada pelos estranhos e assustadores episódios de sua mãe, uma mulher completamente paranóica, que acreditava que o mundo conspirava contra ela. Ao mesmo tempo, Allen teve que lutar para compreender o que estava acontecendo dentro dele, já que era consumido pela luxúria de outros meninos de sua idade.
Na escola secundária, descobriu a poesia, mas logo ao ingressar na Universidade de Columbia, fez amizade com um grupo de jovens delinquentes, filósofos de almas selvagens (entre eles Jack Kerouac), obcecados igualmente por drogas, sexo e literatura.
Assumindo um estilo de vida bizarro, como se procurasse em si mesmo a face da loucura de sua mãe, Ginsberg acabou em tratamento psiquiátrico. Aos 29 anos, ele já tinha escrito muita poesia, mas quase nada publicado. Ele ganhou popularidade a partir de 1955, com o seu poema Howl (considerado por muitos, obsceno e pornográfico, assim como o seu autor...).
No início dos anos 60, enquanto sua celebridade crescia, ele se lança na cena hippie, ajuda Thimoty Leary a divulgar o psicodélico LSD e participa de uma lista incrivelmente grande de eventos. Ginsberg é também figura-chave nos protestos contra a guerra do Vietnã na Convenção do Partido Democrático de Chicago, em 1968. Morre em 5 de abril de 1997, em Nova Iorque.

SOBRE FERNANDO PESSOA (poeta português)


Fernando António Nogueira Pessoa (Lisboa, 13 de Junho de 1888 — Lisboa, 30 de Novembro de 1935), mais conhecido como Fernando Pessoa, foi um poeta e escritor português.
É considerado um dos maiores poetas de língua portuguesa, e o seu valor é comparado ao de Camões. O crítico literário Harold Bloom considerou-o, ao lado de Pablo Neruda, o mais representativo poeta do século XX. Por ter vivido a maior parte de sua juventude na África do Sul, a língua inglesa também possui destaque em sua vida, com Pessoa traduzindo, escrevendo, trabalhando e estudando no idioma. Teve uma vida discreta, em que atuou no jornalismo, na publicidade, no comércio e, principalmente, na literatura, onde se desdobrou em várias outras personalidades conhecidas como heterônimos. A figura enigmática em que se tornou movimenta grande parte dos estudos sobre sua vida e obra, além do fato de ser o maior autor da heteronímia.
Morreu de problemas hepáticos aos 47 anos na mesma cidade onde nascera, tendo sua última frase sido escrita na língua inglesa, com toda a simplicidade que a liberdade poética sempre lhe concedeu: "I know not what tomorrow will bring... " ("Eu não sei o que o amanhã trará").

UM POUCO SOBRE CHARLES BAUDELAIRE


Poeta e crítico francês (9/4/1821-31/8/1867). A obra do parisiense Charles Pierre Baudelaire, pertencente ao simbolismo, questiona o excesso de moral e sentimentalismo e se opõe à vida burguesa e às convenções da época.
De família rica, consome parte de sua fortuna com bebidas e mulheres. Para impedir que termine sem dinheiro, a família nomeia um tutor para supervisionar seus gastos. Em 1857 publica As Flores do Mal, obra que incorpora o grotesco à linguagem do romantismo e que o imortaliza.
Condenado por ultraje à moral e aos bons costumes, é obrigado a retirar seis poemas do original. Apenas em 1911 o livro é publicado sem cortes. Como crítico de arte, reinterpreta a poesia de Victor Hugo, traz ao conhecimento do público artistas como Wagner, Goya e Manet e escreve para revistas e jornais.
Suas críticas foram reunidas nos livros A Arte Romântica e Curiosidades Estéticas, ambos de 1868. Escreve Os Paraísos Artificiais, Ópio e Haxixe (1860), sobre suas experiências com drogas. Portador de sífilis, morre em Paris, em decorrência de paralisia geral.

Minha Boêmia (Fantasia)


Lá ia eu, de mãos nos bolsos descosidos;
Meu paletó também tornava-se ideal;
Sob o céu, Musa! Eu fui teu súdito leal;
Puxa vida! A sonhar amores destemidos!
O meu único par de calças tinha furos.
Pequeno Polegar do sonho ao meu redor Rimas espalho.
Albergo-me à Ursa Maior.
Os meus astros nos céus rangem frêmitos puros.
Sentado, eu os ouvia, à beira do caminho,
Nas noites de setembro, onde senti tal vinho
O orvalho a rorejar-me as fronte em comoção;
Onde, rimando em meio à imensidões fantásticas,
Eu tomava, qual lira, as botinas elásticas
E tangia um dos pés junto ao meu coração!


Arthur Rimbaud